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OPINIÃO: E a mão de obra dos aposentados?

A ociosidade e a falta de perspectiva na aposentadoria podem levar à depressão e agravar a saúde do aposentado. Não são raras as doenças psicossomáticas adquiridas durante e após o desligamento do trabalho, sem contar os casos de morte nos seus primeiros anos.

Muito aposentado, diante da insegurança financeira, precisa trabalhar. Um novo projeto de vida pode ser importante a ponto de curar, ou não deixar progredir uma doença.

A reinserção no trabalho pode ser vantajosa, tanto para ele quanto para o empregador, mesmo que certas profissões requeiram atualização, exigindo adaptação à mudança. Uns trabalhos necessitam de força física, outros da intelectual, que não se altera muito com o tempo, assim o velho leva vantagem quando a empresa busca conhecimento especializado e experiência.

Num estudo com 80 empresas privadas locais, vimos que 94% delas têm aposentados em serviço mais especializado. Que quanto maior é a empresa, maior é o número de aposentados na administração ou gerência. Por outro lado, a pequena empresa é mais inclinada a tê-los como operários. Essa empresa prefere contratar os mais velhos porque os jovens, além de necessitarem de treinamento, são mais difíceis de serem gerenciados, mais suscetíveis aos clamores trabalhistas, além de saírem prematuramente da empresa. Já o velho não precisa de vale-transporte, não tira tanta licença, é mais assíduo e pontual.

Aqui fica a questão: como a sociedade pode aproveitar melhor o potencial dos aposentados?

O redimensionamento do pessoal das empresas pode ser a palavra-chave. Isto deve acontecer considerando a inclusão do trabalhador velho e a adoção de programa de atualização, para que ele conheça as novas tecnologias, e atenda os interesses e metas da empresa.

O mais velho pode ser estimulado a administrar tarefas executadas pelo iniciante, ficando disponível para a transferência de informações e para as tarefas que exigem experiência. A empresa poderia, ainda, aproveitá-los em cargo transitório, consultoria ou treinamento dos jovens. O aposentado não precisa ser funcionário formal, mas contratado por projeto, por dia ou por hora. Isto dá economia à empresa, e reforça o orçamento do aposentado.

Aproveitar a mão de obra mais velha leva a crer que o trinômio escola-trabalho-aposentadoria não precisa seguir esta sequência. O indivíduo pode se aposentar, estudar e voltar ao trabalho. Assim como o reengajamento não precisa acontecer precisamente em atividades antes executadas; ele pode advir transversalmente de interesses pendentes ou da descoberta de novo horizonte.

Encerrando, defendo a ideia de seguir o estudo e verificar a consequência da reinserção do aposentado para sua vida; o resultado para a empresa; e avaliar se o seu retorno ameaça o jovem iniciante.

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